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25/08/2009

ARCA DE NOÉ











Consta no livro da Bíblia

Noé teve que preparar

Uma grande e forte arca

Que tinha que agüentar

Uma enorme tempestade

E todos os bichos em par


Era tudo bem certinho

Um casal de cada raça

Todos bem separados

Sem nenhuma arruaça

Estava ficando apertado

Mesmo sendo uma barcaça


Aperta daqui, aperta dali

Todos tem que acomodar

Tudo certo e conferido

É hora da porta fechar

A fauna bem representada

Cada bicho com seu par


Quarenta dias e noites

De chuva do céu desceu

Estava Noé a bicharada

Esposa, Nora e filho teu

Tudo que podia pegar

De nada ele esqueceu


Está quase tudo registrado

Em Gênesis você pode olhar

Aconteceram certos fatos

Que tentaram ocultar

Moises não escreveu

Mas eu vou lhes contar


É que dilúvio foi demorando

A coisa ficou complicada

Ninguém estava esperando

Uma viagem tão demorada

A barca ficou balançando

Misturou toda a bicharada


Cada qual perdeu seu par

E formou grande confusão

Os bichos sem preconceito

Aproveitaram da situação

Foi o maior trança e transa

No meio da escuridão


O Canguru muito esperto

Que não é de brincadeira

Procurou para namorar

Uma Macaca bem faceira

Nasceu uma macaca cinza

E na barriga uma frasqueira


O Urubu viu a dona Pomba

Aproximou com muita cobiça

Namorou de dia e de noite

Sem nenhuma preguiça

Daí gerou um Pomburu

Pedindo a Pomba carniça


O Porco não traiu a Porca

Mas no escuro se ferrou

Saiu agarrando as fêmeas

Que na frente encontrou

Beijando a Javali na boca

O dente nele cravou


O Galo muito assanhado

Totalmente apaixonado

Correndo atrás a Pata

Tropeçou caiu no lago

Agarrou-se a um galho

Antes de ser afogado


A procura da Dona Galinha

O Coelho foi ao galinheiro

O Gambá lá estava dizendo:

Desculpe-me companheiro

Sou o dono desse terreiro

Da o fora cheguei primeiro


O Pavão é que ficou triste

A patroa o tinha largado

Ele saiu desembestado

Com a Ema ficou encantado

Mas ela só tinha interesse

Em apreciar seu lindo rabo


Com atenção no céu

Que muito estava chovendo

E preocupado com dilúvio

Noé não estava vendo

O que de fato na arca

Estava acontecendo


O Papagaio ensinou

A Dona Tucano falar

Fofoqueira do bico grande

Imagina o que foi dar

Criticava os outros bichos

Chamando para brigar


Começou falar gritando:

- Da o pé pra pretinha pisar

Não enche o meu saco

To a fim de ouriçar

E quem olhava atravessado

Mandava para aquele lugar


A Gata estava no cio

Disse para o Tamanduá:

Esquece estas formigas

Na sua língua a beliscar

Venha para telhado

Para gente namorar


O Tamanduá estava sozinho

Com a língua toda mordida

Atendeu o chamado da felina

Namorou a Gata perdida

Daí nasceu um gatuazinho

Pedindo a gata formiga


O João de Barro e a Pica-pau

Os dois bem espertinhos

Grandes empreendedores

Juntaram seus trapinhos

Ela com madeira, ele o barro

Montaram uma fabrica de ninhos


O Leão traiu dona Leoa

Com a Vaca Malhada

Ele nem sequer imaginava

Mas a coisa ficou complicada

É que o boi flagrou os dois

Foi lhe dar uma chifrada


O Macaco que foi traído

Foi atrás da Onça atirada

Ela gostou e ficou com ele

Como antiga namorada

Gerou um macaco rosnando

E com a pele toda pintada


O Jaboti pobre coitado

Quase cego e bem safado

Todo sujo e molhado

Na escuridão foi encontrado

Todo feliz e excitado

Com uma cuia abraçado


Chegada à bonança

Acabada a chuvarada

Toda aquela confusão

Já tinha sido arrumada

Noé baixou a rampa

Liberou toda bicharada


Esta parte da história

Moises não registrou

Ainda pediu ajuda

Para o grande criador

Que teve muito trabalho

Mas tudo consertou

.

.


03/08/2009

O D’EFEITO DO ALCOOL




Homem é um perfeito idiota

É mesmo um pobre coitado

Tem dupla personalidade

Que chega a ser engraçado

Uma é quando não bebe

Outra estando alcoolizado



Não importa qual o produto

Que o sujeito vai beber

O certo é que na verdade

O mesmo ele não vai ser

Depois de alguns minutos

Que pela garganta ela descer



Vinho, cachaça ou Uísque

Poderá ser consumido

Vodka ou mesmo Cerveja

Independe o que foi bebido

O que realmente importa

É se álcool foi ingerido



Quando está alcoolizado

Fica corajoso para valer

Não leva desaforo pra casa

Em todos ele quer bater

Esquece que o valentão

É o primeiro que vai morrer



Quando sóbrio se mantêm

Usa sempre da razão

Resolve tudo na conversa

Sempre chega a conclusão

Como um bom cavalheiro

Não se mete em confusão



Quando chega ao bailão

Sem antes uma tomar

Fica sentado na mesa

Doido querendo dançar

Vendo as moças sozinhas

Sem coragem para chamar



Depois de tomar à maldita

E na cabeça ela chegar

Pega a primeira que vê

E convida para dançar

E sem perder muito tempo

Vai logo querendo agarrar



Ate a mesma mulher

Que antes era horrorosa

Com umas doses a mais

Virou linda e maravilhosa

Ficou desfilando com tonto

Se achando a mais gostosa



Nem todos são iguais

Nesta maneira de ser

Existem algumas exceções

Que é fácil reconhecer

Só observar com atenção

Depois que a pessoa beber



Tem o tipo que fala pouco

Responde se perguntado

Só da respostas curtinhas

É tímido e bem fechado

Passa maioria do tempo

Observando e calado



Depois que bebe “uma”

Conversa como um danado

Fica sentindo importante

Como fosse bem amado

Conta piada indecente

Todos acham engraçado



Vai para casa cambaleando

Com o restinho de energia

Ronca e urina toda noite

Tem ressaca no outro dia

Toma boldo relembrando

Se falou mais do que podia



Tem o tipo nostálgico

Esse é fácil de encontrar

Fica sozinho na mesa

Querendo alguém pra falar

Só que falta paciência

Ninguém o quer escutar



Na realidade este sujeito

Quer mesmo é desabafar

Não conforma com a vida

Quer ombro pra encostar

Basta pegar um pileque

Fica triste e vai chorar



Outro tipo que bebe

É o que não sabe parar

Quando chega numa festa

Sabe muito bem começar

Na hora de ir embora

Alguém tem que amparar



Esse não pode dirigir

A esposa que tem de guiar

Adormece dentro do carro

Vai babando ate acordar

Pede a ela uma paradinha

Para num poste ele urinar



Tem o tipo que é inocente

Bebe pouco e devagar

Encontra uns beberrões

Então tenta acompanhar

Acaba se dando mal

Já sabe no que vai dar



Fica entusiasmado

Não sabe se controlar

De repente em sua volta

Tudo começa a rodar

Corre ao jardim mais perto

E a graminha vai adubar



Tem aquele fresquinho

Não mistura paladar

Só bebe uma marca

Outra, não precisa lhe dar

Prefere ficar sem nada

Que outra experimentar



Inicia com a que gosta

Ate o fogo começar

Elogia a sua preferida

Depois nem consegue notar

Esta bebendo outra marca

Já não tem mais paladar



Tem um que é bem esperto

Esse é mesmo malandro

Enche dois copos de pinga

Manda o outro ir tomando

Quando chega sua vez

Não bebe fica enrolando



E assim vai noite adentro

E o velhaco sem beber

Pegou um metido a macho

Que quando foi perceber

Já estava embriagado

Nada mais podia fazer



Você que é uma dama

Está achando engraçado

Isso também lhe acontece

Se não tiver devido cuidado

E especialmente com você

Pode se mais complicado



Sendo uma polida senhora

Que se veste bem trajada

Evite entrar nessa história

E ficar bem mal falada

Beba com moderação

Não ficando embriagada



Situou-se em algum caso?

Já viveu essa experiência?

Reflita e puxe na memória

Pesou na consciência?

Qualquer semelhança

É mera coincidência



Por isso você que me escuta

Beba com devido cuidado

Não passe pelo ridículo

Nem deixe ser enganado

Aprecie a bebida socialmente

Sem ficar embriagado