Consta no livro da Bíblia
Noé teve que preparar
Uma grande e forte arca
Que tinha que agüentar
Uma enorme tempestade
E todos os bichos em par
Era tudo bem certinho
Um casal de cada raça
Todos bem separados
Sem nenhuma arruaça
Estava ficando apertado
Mesmo sendo uma barcaça
Aperta daqui, aperta dali
Todos tem que acomodar
Tudo certo e conferido
É hora da porta fechar
A fauna bem representada
Cada bicho com seu par
Quarenta dias e noites
De chuva do céu desceu
Estava Noé a bicharada
Esposa, Nora e filho teu
Tudo que podia pegar
De nada ele esqueceu
Está quase tudo registrado
Em Gênesis você pode olhar
Aconteceram certos fatos
Que tentaram ocultar
Moises não escreveu
Mas eu vou lhes contar
É que dilúvio foi demorando
A coisa ficou complicada
Ninguém estava esperando
Uma viagem tão demorada
A barca ficou balançando
Misturou toda a bicharada
Cada qual perdeu seu par
E formou grande confusão
Os bichos sem preconceito
Aproveitaram da situação
Foi o maior trança e transa
No meio da escuridão
O Canguru muito esperto
Que não é de brincadeira
Procurou para namorar
Uma Macaca bem faceira
Nasceu uma macaca cinza
E na barriga uma frasqueira
O Urubu viu a dona Pomba
Aproximou com muita cobiça
Namorou de dia e de noite
Sem nenhuma preguiça
Daí gerou um Pomburu
Pedindo a Pomba carniça
O Porco não traiu a Porca
Mas no escuro se ferrou
Saiu agarrando as fêmeas
Que na frente encontrou
Beijando a Javali na boca
O dente nele cravou
O Galo muito assanhado
Totalmente apaixonado
Correndo atrás a Pata
Tropeçou caiu no lago
Agarrou-se a um galho
Antes de ser afogado
A procura da Dona Galinha
O Coelho foi ao galinheiro
O Gambá lá estava dizendo:
Desculpe-me companheiro
Sou o dono desse terreiro
Da o fora cheguei primeiro
O Pavão é que ficou triste
A patroa o tinha largado
Ele saiu desembestado
Com a Ema ficou encantado
Mas ela só tinha interesse
Em apreciar seu lindo rabo
Com atenção no céu
Que muito estava chovendo
E preocupado com dilúvio
Noé não estava vendo
O que de fato na arca
Estava acontecendo
O Papagaio ensinou
A Dona Tucano falar
Fofoqueira do bico grande
Imagina o que foi dar
Criticava os outros bichos
Chamando para brigar
Começou falar gritando:
- Da o pé pra pretinha pisar
Não enche o meu saco
To a fim de ouriçar
E quem olhava atravessado
Mandava para aquele lugar
A Gata estava no cio
Disse para o Tamanduá:
Esquece estas formigas
Na sua língua a beliscar
Venha para telhado
Para gente namorar
O Tamanduá estava sozinho
Com a língua toda mordida
Atendeu o chamado da felina
Namorou a Gata perdida
Daí nasceu um gatuazinho
Pedindo a gata formiga
O João de Barro e a Pica-pau
Os dois bem espertinhos
Grandes empreendedores
Juntaram seus trapinhos
Ela com madeira, ele o barro
Montaram uma fabrica de ninhos
O Leão traiu dona Leoa
Com a Vaca Malhada
Ele nem sequer imaginava
Mas a coisa ficou complicada
É que o boi flagrou os dois
Foi lhe dar uma chifrada
O Macaco que foi traído
Foi atrás da Onça atirada
Ela gostou e ficou com ele
Como antiga namorada
Gerou um macaco rosnando
E com a pele toda pintada
O Jaboti pobre coitado
Quase cego e bem safado
Todo sujo e molhado
Na escuridão foi encontrado
Todo feliz e excitado
Com uma cuia abraçado
Chegada à bonança
Acabada a chuvarada
Toda aquela confusão
Já tinha sido arrumada
Noé baixou a rampa
Liberou toda bicharada
Esta parte da história
Moises não registrou
Ainda pediu ajuda
Para o grande criador
Que teve muito trabalho
Mas tudo consertou
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2 comentários:
Amigo Renato, Parabéns, gosto muito do seu blog, aprendi a circular por ele regularmente.
Hoje recebi um e-mail da Tadany ''Arte'' lendo um dos seus poemas lembrei do blog:
Poema 349
Somente pode apreciar a beleza de uma poesia
Aquele ser cujo refinamento transpõe a rudeza da existência mediana
Somente pode estimar e vivenciar valores morais no dia-a-dia
Aquele ser cuja consciência entende a valor de uma vida humana.
(Tadany – 07 10 08)
É muito bom ler o texto falando de Noé
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